Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2024

14 – Percepções sobre a prática profissional da arquitetura e do urbanismo

Durante a prática profissional da arquitetura e do urbanismo, presenciei algumas verbalizações que eu gostaria de ter conhecido ainda durante os períodos de graduação. A seguir, comento brevemente 05 (cinco) percepções sobre a prática profissional:   1.   “O projeto está pronto. Só falta desenhar”. O desenvolvimento de projetos arquitetônicos abrange o estudo de ideias e a compatibilização de necessidades humanas com limitações/condições de ordens variadas: limitações climáticas, limitações financeiras, características histórico-culturais, limitações logísticas locais, etc.. Ainda que a organização de espaços possa ser mentalmente premeditada, essa organização fica aprimorada pela materialização através de desenhos, maquetes físicas, maquetes eletrônicas. Projetos arquitetônicos abrangem desenhos técnicos cuja elaboração, não raro, oportuniza a detecção de óbices e de ressalvas que, na esfera das ideias e dos pensamentos, podem ser de difícil percepção. Em certa ocasião, escut...

13 – Comentários sobre equívocos relacionados ao desenvolvimento de projetos arquitetônicos.

Ao final da obra literária "Saber ver a Arquitetura", o autor, Bruno Zevi, apresenta resumos de diversas referências bibliográficas que considerou pertinentes. Dentre esses resumos, Zevi (1984, p. 242) dedica um parágrafo à obra literária publicada em 1932 " Real Architecture ", de autoria de Thomas Henry Lyon, e reproduz "os erros mais comuns de quem encomenda uma casa e dos próprios arquitetos". São elencados, assim, 07 (sete) elementos que, ainda durante a publicação da obra literária “Saber ver a Arquitetura” na década de 1980, permaneciam relevantes no âmbito do desenvolvimento de projetos arquitetônicos. Ciente de que esses elementos devem ser estudados em vista da época e do contexto em que a obra literária “ Real Architecture ” (LYON, 1932) foi redigida, transcrevo esses elementos e apresento, sob uma perspectiva quase 100 anos após 1932, breves comentários: 1.    “a diferença existente entre uma arquitetura de qualidade e um belo desenho pictórico...

12 – Notas sobre a conformação de espaços urbanos.

Em tempos e em regiões diferentes, a conformação de espaços urbanos apresenta diferenças e especificidades. Choay (1980, p. 2) observa que “o sagrado e a religião foram, tradicionalmente, os grandes ordenadores do espaço humano”. Ching e Eckler (2014, p. 13-14) observam que a arquitetura, em primórdios, atendia às necessidades básicas de abrigo e que, em tempos subsequentes, passou a atender também a necessidades socias e culturais. Ching e Eckler ( ibidem ) relatam que as “artes da construção e seus usos especializados” passaram a ser dedicados a “propósitos religiosos e públicos”, havendo pluralidades de expressão: algumas sociedades mais pragmáticas que outras; algumas mais simbólicas que outras; ênfases em equipamentos de ordem funcional e pragmática, como silos; ênfases em equipamentos de cunho imaterial, como templos. Expõem, também, que “(...) em alguns lugares, os ofícios associados com a construção eram controlados pela elite. Em outros, as artes de construção tinham uma expre...

11 - Os conformadores dos espaços urbanos.

Espaços urbanos são destinados a comportar vivências, socializações, atividades econômicas, lazeres etc.. Espaços urbanos não se formam naturalmente. Pelo contrário, são conformados intencionalmente por pessoas. Ao discorrer sobre o que é o espaço urbano, Corrêa (1989, p. 07) se refere a “uma grande cidade capitalista” na qual há um complexo conjunto de diferentes e justapostos usos da terra. Para esse autor, esse conjunto de usos representa “a organização espacial da cidade ou, simplesmente, o espaço urbano”, abrangendo concentrações de “atividades comerciais, de serviços, de gestão, áreas industriais, áreas residenciais distintas em termos de forma e conteúdo social, de lazer e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão”. Considero que o “espaço urbano” ao qual Corrêa (1989) se refere abarca tanto o “espaço urbanístico” quanto o “espaço (...) propriamente arquitetônico” distinguidos por Zevi (1984, p. 41). Em sentido convergente, considero que o "espaço urbano" ...